I
Tornei-me um
monstro; paranoico, metódico.
O
cheiro é demasiado forte, eu mesmo sigo as pistas.
Minha profissão
exige respeito; na verdade brinco de empilhar corpos.
Estou no
trânsito exercitando a esperteza; colaboro na pachorra das docas até o
canal.
No escuro fico confuso; procuro em pequenas mentiras as frases
da minha revolução.
II
Onde está minha vida, dentro deste lugar, neste exato momento?
O "deserto da em demasia" mostra as grandes
quantidades comportadas; e os monstros do ritmo eternizados
dentro da biosfera.
Casas de grande tamanho e várias casas; complexos e galpões amaldiçoados pela burocracia.
O deserto que comporta a cidade é o
patrimônio comum; é a culpa do indivíduo K que anda pelas ruas arrastando um pano de manga e um enorme moletom
quadrado.